ANJO DOS ABISMOS

Publicado em 1943 pela Livraria José Olympio Editora, com capa de Luiz Jardim. Reúne vinte e quatro poemas trabalhados entre 1939 e 1942. Constitui, portanto, o livro de estréia de Ruy Barata e foi dedicado a seu pai, Alarico de Barros Barata, e a Francisco Paulo Mendes, um de seus melhores amigos.

POEMAS:

ODE AO MAR / ANJO DOS ABISMOS / É A MORTE QUE VAI CHEGAR DA IMENSIDÃO DOS MARES / LÁ FORA ESTÁ O AMOR QUE NOS ESPERA / NÃO NOS AFASTEMOS DO MAR / OS SEUS SEIOS SÃO COMO BÚZIOS / POEMA DOS NOTURNOS CAMINHOS / POEMA / POEMA / POEMA / O QUE VAI SUBIR AOS BRANDOS CÉUS ILUMINADOS / NÃO VEJO OS TEUS CABELOS REDENTORES / POEMA DA AMADA ESCURECIDA / POEMA / NOTURNOS / POEMA / BALADA EM SETEMBRO / POEMA DA GALERA FANTASMA / POEMA SCHMIDTIANO / BALADA SECRETA / O CANTO DOS SEPULCROS / ELEGIA / BALADA PARA O ANJO DOS ABISMOS / ESCUTEI PELA NOITE AS TROMBETAS ALADAS

"...Eu quero a noite,
a noite calma dos passos soturnos,
a noite boêmia dos subúrbios distantes,
a noite lírica dos que não têm amantes,
a noite miserável dos cães vagabundos.".

Ruy Barata


A LINHA IMAGINÁRIA

Publicado em 1951 (Edição Norte). A coletânea de vinte poemas é dedicada à memória de Maria Hernandes Alvarez, nascida em Páramo-de-Sil, distrito de Leon, Espanha, e falecida em Santarém.

Em A Linha Imaginária escolhi o verso branco talvez porque tenha dado mais liberdade à minha criatividade poética. Nessa época, no Pará, houve um grupo que questionou a necessidade de superar a lírica parnasiana e simbolista: Haroldo Maranhão, Francisco Paulo Mendes, Max Martins, Benedito Nunes, Cauby Cruz, Paulo Plínio Abreu, e outros.

POEMAS:

LES EVENEMENTS / A LINHA IMAGINÁRIA / ODE / AUTO RETRATO / HOMENAGEM A LEON BOY / ARTE POÉTICA / O NOVO JEREMINAS / POEMA / VINTE SETE ANOS QUASE VINTE E OITO / ACALANTO PARA MARIA DIVA / BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMANHECER / MANIFESTO AO POVO BRASILEIRO NO CINQUENTENÁRIO DO POETA MURILO MENDES / ODE A FANNY BRAWNE / POEMA / SALMO / CARTA / LA PLUS QUE LENTE / VALSA PARA THAISINHA / MUSIC HALL / MOMENTO NO QUARTO

"A poesia não se faz com idéias e sim com palavras.
Há que atravessar o reino das palavras
e delas retirar o mítico e o mágico
".

Ruy Barata


VIOLÃO DE RUA

Publicado em 1962 pela Civilização Brasileira, a série Violão de Rua faz parte dos "Cadernos do Povo Brasileiro" lançado pelo CPC - Centro Popular de Cultura. O Violão de Rua é uma coletânea de poemas que, segundo manifesto redigido por Moacyr Felix, almeja a "utilização em termos de estética, de temas humanos baseada na certeza de que tudo aquilo que é verdadeiro serve ao povo, de que o uso apaixonado da verdade é o instrumento por exceleência da humanização da vida". E ainda salienta: "O artista que pratica sua arte situando seu pensamento e sua atividade criativa exclusivamente em função da própria arte é apenas a pobre vítima de um logro tanto histórico quanto existencial".

POEMAS:

ME TRAE UMA CUBA-LIBRE / CANÇÃO DO POETA VIGIADO PELA POLÍCIA / CANTO FÚNEBRE PARA LUMUMBA / CANÇÃO DO GUERRILHEIRO TORTURADO / CANÇÃO DOS QURENTA ANOS / PRIMEIRO DE MAIO

"Tentativa de manter uma posição de vanguarda sem comprometimento com o formalismo estético. Utilização de todas as formas poéticas, inclusive as folclóricas e populares. Poesia ideológica e humanista. Potização dos temas históricos, fatos jornalísticos e episódios da vida política brasileira. Heterogeneidade de seus membros, arrolando poetas de todas as tendências e gerações. Desinteresse pelo aspecto visual e gráfico do poema. Exploração do aspecto sonoro do verso através do teatro popular e apresentação pública de textos. Crença de que o poeta deve participar ativamente do processo histórico".

Affonso Romano de Sant'Ana
"Música Popular e Moderna Poesia Brasileira"
(referência ao Violão de Rua)

PARANATINGA

Publicado em 1984, Paranatinga foi escrito por Alfredo Oliveira e editado pela Gráfica Falângola com o patrocínio do Governo do Estado do Pará, Secretaria de Estado e Cultura, Desportos e Turismo no dia 25 de junho. Paranatinga é uma coletânea de depoimentos e obra poética e musical de Ruy Barata.

Em 1990, foi lançada uma segunda edição atualizada de Paranatinga, editada pela Gráfica e Editora Cejup, onde Alfredo Oliveira registra vida e obra de Ruy Barata.

"...De Ruy Barata há muito o que contar e, sobretudo, o que saber. Do poeta ao amigo, há um longo caminhar de histórias que não poderiam e nem deveriam ficar restritas ao âmbito dos que com ele convivem mais intimamente. Do compositor ao político, há instantes memoráveis e importantes que se misturam aos deliciosos episódios de uma boemia que traz a marca dos velhos tempos, boemia já talvez em via de extinção".

Edyr Proença
(Comentário em orelha do livro Paranatinga)


Ruy Guilherme Paranatinga Barata
( 1920 - 1990 )