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Paul Van Ostaijen, nasceu em 1896 na Bélgica. Apesar de sua curta vida (morreu em 1928 vítima de tuberculose em um sanatório) é considerado o maior poeta belga do século XX.

Abraçou diversos estilos literários, revolucionando a poesia de Flandres e Holanda, só não se estendendo por todo o ocidente devido ao limite imposto pela sua língua de origem, dificultando o trabalho de tradutores.

Em pouco mais de dez anos de atividade poética, Van Ostaijen revolucionou a poesia neerlandesa introduzindo novos procedimentos ainda hoje dominantes.

 

(trecho de um comentário do caderno "Folhetim",
encarte da Folha de S.Paulo - jan/1985)

 


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Music Hall, 1916

Het Sienjaal, 1918

De feesten van angst
en pijn, 1921
(
"Feasts of Fear and Agony")

Bezette Stad, 1921
(
"Occupied City")

Het eerste boek van Schmoll, 1928
(
"The First Book of Schmoll" - collect)

 



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Paul Ostaijen
Paul Ostaijen
Paul Ostaijen

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ostadeit3.gif (9318 bytes) VERSO 6

Eu não posso colecionar selos
Eu não posso colecionar fotos de mulheres
Eu não posso colecionar namoros
nem sabedoria
eu já não posso nada mais
          eu já não posso nada mais
Porque não apago a luz
          e não vou pra cama
Eu quero provar
          estar nú
          pelado quem sabe sim púrpura gelada
                                                e palidez
Não é assim o próprio princípio principiante
Eu não quero saber nada
eu não quero perguntar
          porque
          eu não me tornei um colecionador de selos
Eu começarei por dar meu fracasso
Eu começarei por dar minha falência
Eu me darei um pobre despedaço de terra
                              uma terra pisoteada
                              uma terra de urzes
                              uma cidade ocupada
Eu quero estar nu
     e começar

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

MELOPÉIA

Sob o luar escorre o longo rio
Sobre o longo rio escorre cansada a lua
Sob o luar no longo rio escorre a canoa pro mar

Pela canalta
Pelo pradalto
escorre com a lua que escorre a canoa pro mar
Assim são parceiros pro mar a canoa a lua e o homem
Por que escorrem a lua e o homem ambos mansos pro mar

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

PAISAGEM  DE OUTONO

Na neblina é devagar um boi com um carro de boi
andando junto à neblina nunca perde o passo
o boi do carro de boi
Fora da neblina dentro da neblina com o carro tropeçando
firme não adormece o carroceiro
num sono sem trilhas

Atrás do carro bóia luz de lanterna
uma mínima cunha de clareza na negrofunda rua

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

O VELHO

Um velho na rua
sua pequena história para a velha
não é nada soa como uma tragédia rarefeita
sua voz é branca
parece uma faca tão longamente afiada
até o aço ficar magro
como um objeto fora dele se pendura esta voz
sobre o preto comprido casado
O velho magro em seu casaco preto
parece uma planta preta
Vê você isto joga a angústia por sua boca
o primeiro saborear de uma narcose

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

NOITE

Ah, minha alma é só som
Nesta hora de só cor;
Sons que se elevam soltos
Num sonso jardim de odor.

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

POEMA

E cada nova cidade
    flor que murcha
              outono amarelece a flor

              serão todas as cidades assim
              serão todas assim
              assim são todas

Em todo lugar
em todo lugar e em nenhum
             todo lugar é nenhum
em todo lugar
             os mesmos bombons tristes em copos
             bebida fica pérola não há sede
uma canção está em todo lugar             de amor e adultério
             serão todas as cidades assim
             serão todas assim
             assim são todas

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)

 

BERCEUSE PRESQUE NÈGRE

Não participa o chipanzé

Por que não participa o chipanzé
                              O chipanzé
                                           tem
                               enjôo do mar
Tem tanta água no mar
imagina o chipanzé

(tradução de Philippe Humblé e Walter Costa)
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o poema

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