O PoemaO Poema

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Para Octavio Paz a poesia é a forma natural de convivência entre os homens. Sua crítica é um diálogo aberto com o mundo, sendo seu desejo "a busca de identidade da natureza humana na multiplicidade de signos". Segundo o poeta Sebastião Uchoa Leite, "a crítica de Octavio Paz é de ordem antropológica e poética. Paz é poeta e crítico das civilizações, acreditando, ao contrário de que as civilizações são mortais, na frase de Valéry, que mesmo as aparentemente mortas estão vivas: os seus signos circulam nessa ars combinatoria do universo histórico. Como tudo é linguagem, tudo significa".

         

( comentário na orelha do livro O Arco e a Lira
com tradução e comentários de Olga Savary. - 
Editora Nova Fronteira, 1982)

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Luna silvestre. 
México, Fabula, 1933.

No pasarán! 
México, Simbad, 1936

Raíz del hombre. 
México, Simbad, 1937.

Bajo tu clara sombra y otros poemas sobre España. 
Valencia, Ediciones 
Españolas, 1937.

Entre la piedra y la flor. 
México, Nueva Voz, 1941.

A la orilla del mundo. 
México, ARS, 1942.

Libertad bajo palabra. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1949.

Semillas para un himno. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1954.

Piedra de sol. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1957.

La estación violenta. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1958.

Salamandra (1958-1961). 
México, Joaquín Mortiz, 1962.

Viento entero. 
Delhi, The Caxton Press, 1965.

Blanco. 
México, Joaquin Mortiz, 1967.

Discos visuales. 
México, Ediciones ERA, 1968 (Arte de Vicente Rojo).

Ladera Este (1962-1968). 
México, Joaquín Mortiz, 1969.

La centena (1935-1968). Barcelona, Barral, 1969.

Topoemas, 
México, Ediciones ERA, 1971.

Renga. 
México, Joaquín Mortiz, 1972.
Poema colectivo con Jacques Roubaud, Edoardo Sanguinetti y Charles Tomlinson.

Pasado en claro. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1975.

Vuelta. 
Barcelona, Seix Barral, 1976.

Hijos del aire/Airborn. 
Con Charles Tomlinson. 
México, Martín Pescador, 1979.

Poemas (1935-1975). 
Barcelona, Seix Barral, 1979.

Prueba del nueve. 
México, Círculo de Lectores,1985.

Árbol adentro (1976-1987). Barcelona, Seix Barral, 1987.

Lo mejor de Octavio Paz. 
El fuego de cada día. 
Selección, prólogo y notas del autor.
Barcelona, Seix Barral, 1989.


Águila o sol? 
México, Fondo de Cultura Económica, 1951. 

El mono gramático.
Barcelona, Seix Barral, 1974.

"La hija de Rappaccini". 
México, en la 
Revista Mexicana 
de Literatura, 7, septiembre-octubre 1956, 
y en Poemas, 1979.

El laberinto de la soledad. 
México, Cuadernos Americanos, 1950. Segunda edición, Fondo de Cultura Económica, 1959.

El arco y la lira. 
México, Fondo de Cultura Económica, 1956.

Las peras del olmo. 
México, UNAM, 1957.

Cuadrivio. 
México, Joaquín Mortiz, 1965.

Los signos en rotación. 
Buenos Aires, Sur, 1965.

Puertas al campo. 
México, UNAM, 1966.

Claude Lévi-Strauss o el 
nuevo festín de Esopo. 
México, Joaquín Mortiz, 1967.

Corriente alterna. 
México, Siglo XXI, 1967.

Marcel Duchamp 
o el castillo de la pureza. 
México, Ediciones ERA 1968.
Incluido después en Apariencia desnuda; la obra de Marcel Duchamp. México, 
Ediciones ERA 1973.

Conjunciones y disyunciones.
 México, Joaquín Mortiz, 1969.

México: la última década. 
Austin, Institute of Latin American Studies, University of Texas, 1969.

Posdata. 
México, Siglo XXI, 1970.

Las cosas en su sitio: sobre la literatura española del siglo xx. Con Juan Marichal. 
México, Finisterre, 1971.

Los signos en rotación y otros ensayos. Introducción 
y edición de Carlos Fuentes. 
Madrid, Alianza Editorial, 1971.

Traducción: 
literatura y literalidad. 
Barcelona, Tusquets Editores, 1971.

El signo y el garabato. 
México, Joaquín Mortiz, 1973.

Solo a dos voces. 
Con Julián Rios. 
Barcelona, Lumen, 1973.

Teatro de signos/Transparencias. Edición de Julián Rios. Madrid, Fundamentos, 1974.

La búsqueda del comienzo. Madrid, Fundamentos, 1974.

Los hijos del limo: del romanticismo a la vanguardia. Barcelona Seix Barral, 1974

Xavier Villaurrutia en 
persona y en obra. 
México, Fondo de Cultura Económica 1978.

El ogro filantropico: historia 
y politica (1971-1978). 
México, Joaquin Mortiz, i979.

In/mediaciones. 
Barcelona, Seix Barral, 1979.

México en la obra de Octavio Paz. Editado y con una introducción 
de Luis Mario Schneider. 
México, Promociones 
Editoriales Mexicanas, 1979.

Sor Juana Inés de la Cruz 
o las trampas de la fe. 
México, Fondo de Cultura Económica 1982, y Barcelona, Seix Barral, 1982.

Tiempo nublado. 
Barcelona, Seix Barral, 1983.

Sombras de obras. 
Barcelona, Seix Barral, 1983.

Hombres en su siglo 
y otros ensayos. 
Barcelona, Seix Barral, 1984.

Pasión crítica: 
conversaciones con Octavio Paz.
Edición de Hugo J. Verani. Barcelona Seix Barral, 1985.

Primeras páginas. 
Edición e introducción 
de Enrico Mario Santí. 
Barcelona, Seix Barral, 1988, y México, Vuelta, 1988.

Poesía, mito, revolución. 
Precedido por los discursos de Francois Mitterrand, Alain Peyrefitte, Pierre Godefroy. 
Premio Alexis de Tocqueville. México, Vuelta, 1989

La otra vez. 
Poesía y fin de siglo. 
Barcelona, Seix Barral, 1990.    



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"não nascemos livres: a liberdade é uma conquista - e mais: 
uma invenção."

§

"a palavra é a amante e o amigo do poeta, seu pai e sua mãe, seu deus e seu diabo, seu martelo e sua almofada. Também é seu inimigo: seu espelho".

§

"Cada poema é único. Em cada obra lateja, com maior ou menor intensidade, toda a poesia. Portanto, a leitura de um só poema nos revelará, com maior  certeza do que qualquer investigação histórica ou filológica, o que é a poesia ".

§

"A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade".

 

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Octavio Paz (10 anos)
Octavio Paz (1932-1933)
Octavio Paz
Octavio Paz
Octavio Paz,Julio Cortázar e Alberto Girondella em Paris 1977
Jorge Luiz Borges, Octavio Paz e Salvador Elizondo
Octavio Paz
Octavio Paz
Octavio Paz
Octavio Paz
Octavio Paz

 

Octavio Paz

O RIO (Fragmento)

A metade do poema sobressalta-me sempre um grande desamparo,      tudo me abandona,
não há nada a meu lado, nem sequer esses olhos que por detrás
     contemplam o que escrevo,
não há atrás nem adiante, a pena se rebela, não há começo nem
      fim, tampouco muro que saltar,
é uma esplanada deserta o poema, o dito não está dito, o não dito 
      é indizível,
torres, terraços devastados, babil8nias, um mar de sal negro, um
      reino cego,
                      Não, 
deter-me, calar, fechar os olhos até que brote de minhas pálpebras
      uma espiga, um repuxo de sóis,
e o alfabeto ondule longamente sob o vento do sonho e a maré suba 
      em onda e a onda rompa o dique,
esperar até que o papel se cubra de astros e seja o poema um
      bosque de palavras enlaçadas,
Não, não tenho nada a dizer; ninguém tem nada a dizer, nada nem
      ninguém exceto o sangue,
nada senão este ir e vir do sangue, este escrever sobre o já escrito 
      e repetir a mesma palavra na metade do poema,
sílabas de tempo, letras rotas, gotas de tinta, sangue que vai e vem
      e não diz nada e me leva consigo.


(Trad. Haroldo de Campos)

ARCOS                                  
                 A Silvina Ocampo

Quem canta nas ourelas do papel?
De bruços, inclinado sobre o rio
de imagens, me vejo, lento e só,
ao longe de mim mesmo: 6 letras puras,
constelação de signos, incisões.
na carne do tempo, ó escritura,
risca na água!

                     Vou entre verdores
enlaçados, adentro transparências,
entre ilhas avanço pelo rio,
pelo rio feliz que se desliza
e não transcorre, liso pensamento.
Me afasto de mim mesmo, me detenho
sem deter-me nessa margem, sigo
rio abaixo, entre arcos de enlaçadas
imagens, o rio pensativo.

Sigo, me espero além, vou-me ao encontro,
rio feliz que enlaça e desenlaça
um momento de sol entre dois olmos,
sobre a polida pedra se demora
e se desprende de si mesmo e segue,
rio abaixo, ao encontro de si mesmo.

1947

(Trad. Haroldo de Campos)

 

DESTINO DO POETA

Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.

(Trad. Haroldo de Campos)



ESCRITO COM TINTA VERDE

A tinta verde cria jardins, selvas, prados,
folhagens onde gorjeiam letras,
palavras que são árvores,
frases de verdes constelações.

Deixa que minhas palavras, ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas a um campo de neve,
como a hera à estátua,
como a tinta a esta página.

Braços, cintura, colo, seios,
fronte pura como o mar,
nuca de bosque no outono,
dentes que mordem um talo de grama.

Teu corpo se constela de signos verdes,
renovos num corpo de árvore.
Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.

(Trad. Haroldo de Campos)

 

IRMANDADE

Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.

(Trad. Antônio Moura)


VENTO, ÁGUA, PEDRA

A água perfura a pedra,
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.

O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.

O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.

Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.

(Trad. Antônio Moura)



Conversar

Em um poema leio:
Conversar é divino.
Mas os deuses não falam:
fazem, desfazem mundos
enquanto os homens falam.
Os deuses, sem palavras,
jogam jogos terríveis.

O espírito baixa
e desata as línguas
mas não diz palavra:
diz luz. A linguagem
pelo deus acesa,
é uma profecia
de chamas e um desplume
de sílabas queimadas:
cinza sem sentido.

A palavra do homem
é filha da morte.
Falamos porque somos
mortais: as palavras
não são signos, são anos.
Ao dizer o que dizem
os nomes que dizemos
dizem tempo: nos dizem,
somos nomes do tempo.
Conversar é humano.

(Trad. Antônio Moura)

 

Antes do começo

Ruídos confusos, claridade incerta.
Outro dia começa.
Um quarto em penumbra
e dois corpos estendidos.
Em minha fronte me perco
numa planície vazia.
E as horas afiam suas navalhas.
Mas a meu lado tu respiras;
íntima e longínqua
fluis e não te moves.
Inacessível se te penso,
com os olhos te apalpo,
te vejo com as mãos.
Os sonhos nos separam
e o sangue nos reúne:
Somos um rio que pulsa.
Sob tuas pálpebras amadurece
a semente do sol.
                            O mundo
No entanto, não é real,
                          o tempo duvida:
Só uma coisa é certa,
o calor da tua pele.
Em tua respiração escuto
as marés do ser,
a sílaba esquecida do Começo.

(Trad. Antônio Moura)

 

Um despertar

Estava emparedado dentro de um sonho,
Seus muros não tinham consistência
Nem peso: seu vazio era seu peso.
Os muros eram horas e as horas
Fixo e acumulado pesar.
O tempo dessas horas não era tempo.

Saltei por uma fenda: às quatro
Deste mundo. O quarto era meu quarto
E em cada coisa estava meu fantasma.
Eu não estava. Olhei pela janela:
Sob a luz elétrica nem uma viva alma.
Reflexos na vela, neve suja,
Casas e carros adormecidos, a insônia
De uma lâmpada, o carvalho que fala solitário,
O vento e suas navalhas, a escritura
Das constelações, ilegíveis.

Em si mesmas as coisas se abismavam
E meus olhos de carne as viam
Oprimidas de estar, realidades
Despojadas de seus nomes. Meus dois olhos
Eram almas penadas pelo mundo.
Na rua vazia a presença
Passava sem passar, desvanecida
Em suas formas, fixa em suas mudanças,
E em volta casas, carvalhos, neve, tempo.
Vida e morte fluíam confundidas.

Olhar desabitado, a presença
Com os olhos de nada me fitava:
Véu de reflexos sobre precipícios.
Olhei para dentro: o quarto era meu quarto
E eu não estava. A ele nada falta
          - sempre fiel a si, jamais o mesmo -
ainda que nós já não estejamos... Fora
contudo indecisas, claridades:
a Alba entre confusos telhados.
E as constelações que se apagavam.

(Trad. Antônio Moura)

 

Árvore adentro

Cresceu em minha fronte uma árvore.
Cresceu para dentro.
Suas raízes são veias,
nervos suas ramas,
Sua confusa folhagem pensamentos.
Teus olhares a acendem
e seus frutos de sombras
são laranjas de sangue,
são granadas de luz.
                                Amanhece
na noite do corpo.
Ali dentro, em minha fronte,
a árvore fala.
                   Aproxima-te. Ouves?


(Trad. Antônio Moura)

 

Entre partir e ficar

Entre partir e ficar hesita o dia,
enamorado de sua transparência.

A tarde circular é uma baía:
em seu quieto vai e vem se move o mundo.

Tudo é visível e tudo é ilusório,
tudo está perto e tudo é intocável.

Os papéis, o livro, o vaso, o lápis
repousam à sombra de seus nomes.

Pulsar do tempo que em minha têmpora repete
a mesma e insistente sílaba de sangue.

A luz faz do muro indiferente
Um espectral teatro de reflexos.

No centro de um olho me descubro;
Não me vê, não me vejo em seu olhar.

Dissipa-se o instante. Sem mover-me,
eu permaneço e parto: sou uma pausa

(Trad. Antônio Moura)

 

EpitÁfio sobre nenhuma pedra

Mixcoac foi meu povoado: três sílabas noturnas,
um véu de sombra sobre um rosto solar.
Vinho Nossa Senhora, a Empoeirada Mãe.
Vinho que foi comido. Eu andava pelo mundo.
Minha casa foram minhas palavras, minha casa o ar.

(Trad. Antônio Moura)

 

Isto e isto e isto

O surrealismo tem sido a maçã de fogo na árvore da sintaxe
O surrealismo tem sido a camélia de cinza entre os peitos da adolescente possuída pelo espectro de Orestes
O surrealismo tem sido o prato de lentilhas que o olhar do filho pródigo transforma em festim fumegante de rei canibal
O surrealismo tem sido o bálsamo de Ferrabrás que apaga os sinais do pecado original e o umbigo da linguagem
O surrealismo tem sido a cusparada na hóstia e o cravo de dinamite no confessionário e o abre-te sésamo das caixas de segurança e das grades dos manicômios
O surrealismo tem sido a chama ébria que guia os passos do sonâmbulo que caminha na ponta dos pés sobre o fio de sombra que traça a folha da guilhotina no pescoço dos justiçados
O surrealismo tem sido o prego ardente na fronte do geômetra e o vento forte que à meia-noite levanta o lençol das virgens
O surrealismo tem sido o pão selvagem que paralisa o ventre da Companhia de Jesus até que a obriga a vomitar todos os seus gatos e seus diabos encarcerados
O surrealismo tem sido o punhado de sal que dissolve as velhas moedinhas do realismo socialista
O surrealismo tem sido a coroa de papelão do crítico sem cabeça e a víbora que desliza entre as pernas da mulher do crítico
O surrealismo tem sido a lepra do ocidente cristão e o açoite de nove cordas que desenha o caminho de saída para outras terras e outras línguas e outras almas sobre o lombo do nacionalismo embrutecido e embrutecedor
O surrealismo tem sido o discurso da criança soterrada em cada homem e a aspersão de sílabas de leite de leoas sobre os ossos calcinados de Giordano Bruno
O surrealismo tem sido as botas de sete léguas dos foragidos das prisões da razão dialética e a tocha de Pulgarcito que corta os nós da trepadeira venenosa que cobre os muros das revoluções petrificadas do século XX
O surrealismo tem sido isto e isto e isto

(Trad. Antônio Moura)

 

FRENTE AO MAR

             1

Chove no mar.
Ao mar o que é do mar
e que as herdades sequem.

             2

A onda não tem forma?
Num instante se esculpe,
no outro se desmorona
à que emerge, redonda.
Seu movimento é forma.

             3

As ondas se retiram
- ancas, espáduas, nucas -
logo voltam as ondas
-peitos, bocas, espumas.

             4

Morre de sede o mar.
Se retorce, sozinho,
em sua cama de rochas.
Morre de sede de ar.

(Trad. Haroldo de Campos)


de SEMENTES PARA UM HINO (1950-1954)

O dia abre sua mão
Três nuvens
E estas poucas palavras

                                    PEDRA NATIVA
                                       (Fragmento)

Como as pedras do Princípio
Como o princípio da Pedra
Como no Princípio pedra contra pedra
Os fastos da noite:
O poema ainda sem rosto
O bosque ainda sem árvores
Os cantos ainda sem nome

Mas a luz irrompe com passos de leopardo
E a palavra se levanta ondula cai
E é uma extensa ferida e puro silêncio sem mácula

(Trad. Haroldo de Campos)

 

Octavio Paz  

o poema

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