nalgum lugar em que eu nunca
estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa
ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo
iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas
( tradução: Augusto
de Campos )
na
estrênua brevidade
Vida:
realejos e abril
treva, amigos
eu me
lanço rindo.
Nas tintas fio-de-cabelo
da aurora amarela,
no ocaso colorido de mulheres
eu sorrisando
deslizo. Eu
na grande viagem escarlate
nado, dizendomente;
(Você sabe?) o
sim, mundo
é provavelmente feito
de rosas & alô:
(de atélogos e,cinzas)
( tradução:
Augusto
de Campos )
o
céu
era
açuc ar lu
minoso
comestível
vivos
cravos tímidos
limões
verdes frios s choc
olate
s.
so b,
uma lo
co
mo
tiva c uspi
ndo
vi
o
letas.
(
tradução: Augusto
de Campos )
minha especialidade é viver -
era a legenda
de um homem(que não tinha renda
porque não estava à venda)
olhar à direita - replicaram num segundo
dois bilhões de piolhos púbicos do fundo
de um par de calças(morimbundo)
( tradução:
Augusto
de Campos )
eu
estou
te pedindo
querida é pra
que mais poderia um
não mas não é o que
claro mas você não parece
entender que eu não posso ser
mais claro a guerra não é o que
imaginamos mas por favor pelo amor de Oh
que diabo sim é verdade que fui
eu mas esse eu não sou eu
você não vê que agora não nem
sequer cristo mas você
precisa compreender
como porque
eu estou
morto
(
tradução: Augusto
de Campos )
um riso sem um
rosto(um olhar
sem um eu)
cuida
do(não to
que)ou
desaparec
erá semru
ído(na doce
terra)&
ninguém
(inclusive nós
mesmos)
relem
brará
(por uma fra
ção de
um mo
mento)onde
o que como
quando
por que qual
quem
(ou qualquer coisa)
( tradução:
Augusto
de Campos )
né(comoemsonho)voa
torna
grande cada dim
inuti
vo faz o óbv
io e
str
anho
a
té que
nósmes
mos vi
remos mun
(magic
a
mente)
dos
( tradução: Augusto
de Campos )
agora ar é ar e coisa é coisa:traço
nenhum da terra celestial
seduz
nossos olhos sem ênfase onde luz
a verdade magnífica do espaço.
Montanhas são montanhas;céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece
que é como se o universo uno,sem véus,
total,de nós(somente nós)viesse
- sim;como se, despertas do torpor
do verão,nossas almas mergulhassem
no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor)imortal e a coragem
de receber do tempo o sonho mais profundo
( tradução:
Augusto
de Campos )
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