Vicente
Franz Cecim nasceu e vive em Belém do Pará, na Amazônia, Brasil. Desde que iniciou em 1979 a invenção de Viagem a Andara oO livro invisível, se devota unicamente a essa obra imaginária, que chama de literatura fantasma e diz escrever com tinta invisível. Os livros visíveis que escreve emergem dessa Viagem, ou, segundo o autor, não-livro, ambientados no território metafísico e físico de Andara, transfiguração da Amazônia em região-metáfora da vida. Em 1980, recebeu o prêmio Revelação de Autor da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, por sua segunda obra, Os animais da terra. Ao longo dos sete primeiros livros de Andara prosseguiu abolindo as fronteiras entre prosa e poesia. Publicados inicialmente pela Iluminuras no volume Viagem a Andara, receberam, em 1988, o Grande Prêmio da Crítica da APCA, nessa década somente atribuído também a Hilda Hilst, Cora Coralina, Mario Quintana e, na seguinte, a Manoel de Barros. Em novas versões, transcriados pelo autor e reunidos nos volumes A asa e a serpente e Terra da sombra e do não, foram reeditados em edição comemorativa, pela Cejup, em 2004. Em 1994, Silencioso como o Paraíso, lançado pela Iluminuras com mais quatro livros de Andara, em que o autor reafirma sua disposição de converter a literatura em pura escritura, foi aclamado por Leo Gilson Ribeiro como “um dos mais perfeitos livros surgidos no Brasil nos últimos dez anos.”Desde então, suas novas obras passaram a ser publicados apenas em Portugal. Em 2001, a Íman lançou Ó Serdespanto, livro duplo, em que a palavra cada vez mais aprofunda o seu dialogo com o silêncio, aqui reeditado em 2006 pela Bertrand Brasil. Apontado pela crítica portuguesa, no jornal Público, como o segundo melhor lançamento do ano, Cecim foi saudado por Eduardo Prado Coelho como “Uma revelação extraordinária!” K O escuro da semente, que saiu em Portugal pela Ver o Verso em 2005 e tem lançamento previsto, no Brasil, pela Bertrand, inaugurou uma outra fase em sua linguagem, que o autor denomina Iconescritura. Fase que se prolonga em seu livro mais recente, lançado em 2008 pela Tessitura, de Minas Gerais: oÓ: Desnutrir a pedra. Nesta obra, o autor aprofunda sua demanda de uma nova escritura, mesclando palavra, silêncio da página em branco e imagem. Diz que durante esses anos todos, Andara lhe desvelou que “o natural é sobrenatural, o sobrenatural é natural.” Em 2009, a invenção de Andara atingiu 30 anos de criação. Nesse ano saiu encartado no volume Do abismo às montanhas (Seminários Internacionais Vale) seu livro de cantos/poemas de Andara Fonte dos que dormem.
Manifestos Curau
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