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oh |
céu gêmeo azul do oceano verde |
diz a teu agitado irmão |
que de tuas jaulas os leões do sol me bafejam medos voláteis |
quando no felino olvido bate a ondatemporal |
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(toda ventura de Sansão por um fio de cabelo |
nas mãos astutas dessa tarde a contemplá-lo) |
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caem feras e misérias |
sobre as cabeças calvas das baleias encalhadas |
entre argilas rochedos areias e raízes |
se ferindo |
. |
oh |
oceano gêmeo verde do céu azul |
ordena aos pássaros aquáticos |
que em seus aduncos bicos de carne e silêncio elevem |
aos miseráveis olhos de teu irmão |
a consagrada gota deste sangue estranho |
para aguar o tom das faces sobrehumanas |
. |
e celebrar |
em plena treva |
o oculto membro extraviado que há de vir |
. |
envolto em branco círculo fosforescente |
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