O
infante desterrado no mar
Ave,
Ave, vaqueiro do mar!
Ei-o pois argonauta nosso
A não se renderem a ti essas ondas
Esses vales de vagas te amedrontam.
Visitante
das águas de outro pólo
Vento a vento te fazes em sargaços
Refletes limo e sol entediados
Velhos platôs e salsas em pedaços.
Rosa
dos ventos, bússolas, quadrantes,
Ventre dos rumos, vozes do silêncio
Dizei-lhe como ir, aonde e como
Onde que porto ancorar, onde que porto.
Ave,
ave, vaqueiro do mar!
Põe lastros de estrelas e mira da vigia
Os pastos de corais e faróis de plenilúnio
Lavras de espumas e miragens de agonias.
Desterrado
de teu reino agora longe
Por desdita, ordem ou desengano
Nesse exílio no vagar em mar aberto
Novas pelejas hás de haver meu nobre infante. |