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Metafases
Mudar de casa:
asas mutantis
O casulo
Mudar-se é despanar o pó
Desconstruir telhas
teias de aracne:
o desovar vasos hemáceos
e pontos rotos,
a seguir, sempre.
Mudar de casa é o auxílio
ao livro de areia
solito
o sólido devir
o arranhar papéis desvisíveis
e derramar a tinta da caneta tinteiro
esparramar digitais
impressões pelo bairro
o mataborrão da vida pública
vida.
Mudar de casa?
O reduto.
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MM
Ao,
Max Martins
O
sim de dois milhares
nos girassóis da vida.
A folhinha assinala
os romanos algarismos
eles, que apontam para os os
cílios do passado
que virá, irreversivelmente.
Chronos
,
deus guloso ,
encerra cenas
e sopra duas ampulhetas
como se cantarolasse
cantigas de roda.
Onde ontem
a outrora bolsa de valores
Hoje
O relógio de ferro inglês,
a praça,
me tatua de sóis
equatoriais.
Têmpora nova:
Ver - o - quê?
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Óbidos
O
branco
veste pijamas azuis e amarelos.
Não é o Amazonas
que te navega, o rio.
Muralhas mouras
quebra-cabeça,
brinquedo de infante.
Te pescamos no mapa,
rendada,
como se fosses feita
à
mão.
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A
cadeira de balanço
O tapete persa salpicado
de quibe cru e azeite de oliva
recolonizam a cidade-portal da floresta.
O nó das nuvens de vozes,
O narguilé
e a lembrança do loja
na República Independente.
A matinê do cinema
projeta-se na retina das saudades.
Finalmente,
entre Alá e Deus,
o cavaleiro visionário
despe seu sopro de alma.
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Poema
III (de
Arco mutante dos huacos) |
Estou
aqui diante deste espelho que não
beira alfazemas
nem mesmo no dia em que a lua
vestiu
o sol de acetinado.
Rogo
pelo meu canto
.
este
canteiro que se ergue das crateras
de teus poros
e nada parece espanar teus desejos,
Mujer de ágata
e turmalina.
É amistoso
que me faça
aparente
a
fim de apaziguar
todos
os mistérios que ciganos assinaram
em nossas mãos.
Mas
sei que sou pá , estrada de teu largo
rio
de fundas ternuras
E
nem mesmo meus fonemas podem
Reacender teus desalinhos.
Por
isso - mujer de turmalina e ágata
-
suplico
tuas coxas
para
que nelas, sob é gides de empr é stimos,
borde minha colcha
remendos-corpo
aspirante
de mel e silêncio.
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Paulo
Nunes
pontedogalo@ig.com.br |
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